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Após meses de gestação, seu bebê nasceu e uma nova rotina será estabelecida. Nos primeiros dias de vida, é preciso adotar alguns cuidados importantes e neste texto você encontrará informações relevantes para esse primeiro cuidado. Confira abaixo os principais tópicos.

Para os bebês que nasceram bem e com exame físico normal, é prudente que recebam a alta médica e vão para casa com segurança somente se:


  • Completou quarenta e oito horas de vida;
  • Mamou ao seio materno em posição correta, com pega adequada e boa coordenação da sucção com a deglutição e a respiração;
  • A mãe já apresentou apojadura (preparo da mama para o início da produção do leite);
  • Os exames de VDRL da mãe e do bebê forem negativos;
  • O bebê não apresenta icterícia clínica ou apresenta nível sérico de bilirrubina total na zona de baixo risco do gráfico de Bhutani e colaboradores.


Quando o bebê vai para casa, nos primeiros dias de vida, é preciso estar atento a alguns cuidados especiais:

Alimentação


A alimentação deve ser exclusiva ao seio materno e sob livre demanda, exceto se houver contraindicação formal. O leite materno é o alimento ideal para o recém-nascido, e o aleitamento também é muito benéfico para a saúde da mãe. É importante salientar que não existe leite fraco e que o bebê poderá mamar mais frequentemente o leite materno por ele ter digestão mais fácil.

O volume de leite deglutido pelo recém-nascido está adequado se:

  • ficar satisfeito e soltar o seio após a mamada nos dois lados;
  • molhar de quatro a oito fraldas ao dia com urina;


O intervalo das mamadas pode variar, geralmente, entre 2 e 4 horas. A cada mamada, é importante alternar o seio que vai ser oferecido. Primeiro, é preciso esgotar todo o leite do seio (leite posterior é mais calórico) antes de passar para o outro lado.

A oferta de água ou outros líquidos, além de desnecessária se a amamentação está sendo realizada de forma e em quantidade adequadas, pode levar à hiponatremia. O uso da chupeta ou mamadeira, especialmente no primeiro mês de vida, poderá favorecer o desmame precoce.

Coto umbilical


O coto umbilical deve ser mantido limpo e seco nas trocas de fraldas, utilizando gaze ou cotonete. Para a retirada de sangue ou secreção ressecada, pode ser utilizado o soro fisiológico para proceder à limpeza da região. Recomenda-se manter o coto fora da fralda, dobrando a sua borda anterior para fora.
Os responsáveis também devem notificar o médico se notar hiperemia periumbilical e/ou secreção purulenta.

Banho e higiene da genitália


Na hora do banho, os pais ou o responsável devem previamente deixar tudo pronto:
  • água do banho;
  • toalhas e roupas aquecidas com ferro de passar;
  • aquecimento do ambiente;
  • lavagem das mãos com água e sabão.


A banheira deve conter água morna em quantidade suficiente para cobrir as pernas do bebê. A temperatura da água deve ser verificada com o cotovelo ou com a palma da mão. Antes de colocar o bebê na banheira, a genital deve ser limpa com pano umedecido em água morna. O bebê é, então, colocado na água do banho, com o tronco e os membros superiores envoltos com uma manta de tecido macio (que acalma, conforta o bebê).

O banho é iniciado pela limpeza do rosto, apenas com água. A seguir, faz-se a limpeza dos olhos, do canto interno para o externo e, depois, das pregas das orelhas. Após, será lavada a cabeça com xampu ou sabonete neutro. A secagem deve ser imediatamente ao seu término, para evitar a hipotermia. Retira-se, então, a manta e lava-se o restante do corpo. Em seguida, seca-se o bebê cuidadosamente com toalha macia, sobretudo as dobras, vestindo-o no mesmo ambiente do banho.

Nas meninas, pode ocorrer secreção esbranquiçada nos primeiros dias e, eventualmente, um sangramento vaginal, geralmente no final da primeira semana, em resposta à passagem de hormônios maternos.

Troca de fraldas


Para a troca da fralda, a cabeça do bebê deve ficar mais elevada do que o corpo, que deve estar na posição lateral para evitar a regurgitação e a aspiração de conteúdo gástrico. As trocas devem ser frequentes, realizando a higiene da pele com água morna (quando só houver urina) ou com sabonete neutro (se o bebê tiver evacuado).

Recomenda-se manter o local sempre seco. Deve-se evitar a fricção exagerada sobre a pele e o uso de talco e de lenço umedecido, o qual poderá ser utilizado em situações ocasionais (viagens, passeio fora de casa, etc). Quando ele for usado, deve-se dar preferência aos não-perfumados, sem aditivos e sem álcool, para minimizar os riscos de irritação, absorção e atopia.

Na troca de fralda, alguns cuidados especiais adicionais devem ser tomados: no menino, não se deve retrair com força a pele que recobre a glande, pois pode provocar parafimose; na menina, deve-se abrir delicadamente os grandes lábios para retirar os resíduos de fezes e urina que se acumulam, limpando a região de frente para trás com algodão umedecido com água morna.

O uso rotineiro, a cada troca de fraldas, de cremes protetores contra assadura, embora frequente em nosso meio, não encontra evidências de seu benefício. A recomendação é utilizá-lo quando a criança apresenta propensão à dermatite de fralda recorrente. Todos esses cuidados realizados de forma sistematizada evitam a ocorrência da dermatite de fraldas.

Lavagem das roupas do bebê


As roupas do bebê devem ser lavadas separadamente das roupas dos outros membros da família e com sabão neutro, evitando-se o uso do sabão em pó e do amaciante (maior risco de dermatite de contato ou atopia). Após um bom enxágue, as roupas devem ser secas ao sol e passadas com ferro. Pode-se utilizar uma solução com uma colher de vinagre em um litro de água no último enxágue, para deixar a roupa macia e neutralizar o sabão retido.

Observação da intensidade da icterícia


Uma das causas mais frequentes de reinternação de um recém-nascido de termo, ou próximo de termo, nos seus primeiros dias de vida é a icterícia com necessidade de fototerapia. São fatores de risco maiores:

  • icterícia clínica com menos de 24 horas de vida;
  • incompatibilidade sanguínea com teste de Coombs positivo ou outra doença hemolítica (deficiência de G6PD, por exemplo);
  • idade gestacional entre 35 e 36 semanas;
  • irmão anterior com necessidade de fototerapia;
  • equimose extensa ou cefaloematoma;
  • aleitamento materno exclusivo com dificuldade na amamentação ou perda de peso excessiva;


São fatores de risco menores:

  • idade gestacional entre 37 e 38 semanas;
  • icterícia clínica antes da alta;
  • irmão anterior com icterícia;
  • filho de mãe diabética ou bebê macrossômico;
  • idade materna igual ou maior que 25 anos;
  • sexo masculino.


São fatores de baixo risco:

  • idade gestacional igual ou maior que 41 semanas;
  • alimentação artificial exclusiva;
  • raça negra;
  • alta hospitalar após 72 horas


Obstrução nasal

Em caso de obstrução nasal do recém-nascido, pode-se:

  • aumentar a umidade do ambiente onde o bebê dorme com toalha úmida ou bacia com água;
  • dar um banho um pouco mais quente;
  • aplicar soro fisiológico nas narinas antes das mamadas.


Além disso, convém diminuir a quantidade de brinquedos de pelúcia, cortinas e tapetes e lavar as roupas sem produtos químicos.

Engasgo na mamada



O engasgo na mamada ocorre pela falta de coordenação entre a sucção, a deglutição e a respiração. Para evitá-lo, deve-se alimentar o bebê sem pressa, parando periodicamente para ele descansar e arrotar. Caso a criança se engasgue durante a mamada, a mãe deve colocar a cabeça em posição lateral para evitar a broncoaspiração.

Deve-se ficar atento a alguns sinais ou sintomas que levam os pais ou responsáveis a procurar imediatamente o serviço médico de urgência, independentemente da data do retorno agendada. Os principais sinais de alerta são os seguintes:

  • cianose;
  • palidez;
  • dificuldade respiratória ou apneia;
  • recusa alimentar;
  • hipoatividade;
  • hipotermia ou hipertermia;
  • tremores ou convulsões;
  • choro fraco ou gemência;
  • vômitos frequentes;
  • distensão abdominal;
  • diurese inadequada;
  • surgimento ou piora da icterícia;
  • sinais de desidratação;
  • choro inconsolável.


Os pais devem ser orientados a não se preocuparem com:

  • soluços;
  • bocejos;
  • espirros;
  • regurgitação ocasional;
  • esforço ao evacuar se as fezes são amolecidas;
  • borborigmos;
  • tremores de queixo ou lábios;
  • agitação de braços e pernas quando o bebê chora;
  • ruídos com breve endurecimento do corpo;
  • congestão nasal leve em ambientes secos.


Imunizações


Imunizar o bebê é a principal ação para evitar as doenças. Deve-se seguir o calendário vacinal recomendado pelo Ministério da Saúde e, se possível, da Sociedade Brasileira de Pediatria.

Prevenção da síndrome de morte súbita



  • colocar o recém-nascido em posição para dormir exclusivamente em decúbito supino (evitar, inclusive, a posição de decúbito lateral). A posição de decúbito ventral, adotada com frequência unidade neonatal, só é utilizada na fase de internação para: melhorar a ventilação e a oxigenação, diminuir a incidência de apneia, melhorar o esvaziamento gástrico e a tolerância alimentar.

  • utilizar colchão firme e evitar os colchões muito macios e a colocação de pillow ou similar. Não usar travesseiro, mantas soltas ou bichos de pelúcia sobre o berço.

  • orientar sobre a forma correta de colocar o cobertor em dias frios (bordas laterais presas sob o colchão) e preferir o saco de dormir, em vez do cobertor.


  • colocar o bebê no berço com os pés próximos da borda inferior do mesmo para evitar, com a movimentação da criança durante o sono, que a coberta cubra a sua face. O berço deve ficar próximo da cama do casal e no mesmo quarto, porém evitar o compartilhamento do leito com a mãe.


  • evitar o fumo.


  • orientar sobre os benefícios do uso da chupeta antes de dormir, após um mês de idade, quando a amamentação ao seio já estiver bem estabelecida.


Banho de sol


O banho de sol nos primeiros dias de vida tem por objetivo principal o tratamento da icterícia (quebra da molécula de bilirrubina pelos raios solares, facilitando sua eliminação). Para isso o bebê deve tomar sol por 10 a 15 minutos, antes das 10 horas da manhã ou após as 16 horas.

Sabe-se também que o banho de sol é essencial para o aproveitamento da vitamina D e consequente absorção do cálcio, além de tratar e prevenir a dermatite de fraldas. Porém, desde 2003, a Academia Americana de Pediatria tem contraindicado o banho de sol antes dos seis meses de idade, pois estudos populacionais demonstraram que o aumento da incidência de câncer de pele está muito relacionado com a idade do início da exposição solar sem proteção. Portanto, as crianças com idade menor do que 6 meses devem ser protegidas da exposição direta à luz solar com roupas adequadas e uso de protetores solares.

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